Quais vacinas devo tomar para evitar problemas respiratórios?
O papel crucial da vacinação na promoção da saúde
A vacinação mudou a condição de saúde da população mundial, levando à redução da mortalidade por diversas doenças. Houve redução do número de doenças graves como tétano e sarampo e até mesmo erradicação de doenças como a varíola e a poliomielite.
Vivenciamos durante a pandemia da COVID-19 uma mudança significativa da gravidade da doença, antes e após o surgimento das vacinas. Após a vacinação houve redução do número de internações e mortes.
O Brasil sempre teve uma cultura de vacinação, desde o nascimento, até a idade adulta, contando com um programa nacional de imunização muito bem estruturado. Mas, infelizmente, com auxílio das fake-news, movimentos anti-vacina têm crescido no nosso país, levando a baixas taxas de cobertura vacinal.
Notícias falsas sobre diversas vacinas têm surgindo, principalmente em relação à vacina contra COVID-19, espalhando o medo e a insegurança na população. Diagnósticos mais frequentes de doenças como sarampo e coqueluche têm sido feitos, consequência da má aderência à vacinação.
Quem pode se beneficiar com as vacinas?
Devemos lembrar que todos se beneficiam tomando vacinas, mas pessoas vulneráveis são o grupo prioritário para manter a vacinação em dia.
Imunocomprometidos, tanto por doenças como Câncer e pessoas convivendo com o HIV, quanto usuários de medicamentos que levem à redução da imunidade, estão sob risco de adquirir formas graves de diversas doenças se não vacinados. Fazem parte desse grupo também pessoas com doenças crônicas como diabetes, doenças cardíacas, renais e pulmonares, gestantes, idosos e crianças pequenas.
A vacinação além de ser uma medida de promoção de saúde individual é acima de tudo uma medida de saúde coletiva. Quando não nos vacinamos, prejudicamos a nós mesmos e também pessoas vulneráveis ao nosso redor.
As vacinas são seguras?
Todas as vacinas passam por estudos rigorosos e pelo crivo de agências regulatórias antes de estarem disponíveis para a população. Portanto, vacinas são seguras, sendo os efeitos colaterais no geral leves e transitórios. Efeitos colaterais graves são muito raros.
Pesando risco e benefício não há dúvida que a melhor escolha é a vacinação.
Cada indivíduo, a depender do seu histórico de saúde e de sua faixa etária pode se beneficiar de diferentes vacinas, por isso é fundamental consultar um profissional qualificado para obter orientações e saber quais vacinas estão indicadas e até mesmo contraindicadas em cada caso.
Vacinação para a prevenção de Doenças Respiratórias
Em relação à prevenção de doenças respiratórias, orientamos vacinação contra influenza anualmente, já que o vírus sofre mutações e as vacinas devem ser atualizadas com frequência. Todos, exceto se contraindicado, podem e devem se vacinar, principalmente os mais vulneráveis.
Portadores de doenças respiratórias crônicas como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (bronquite crônica / enfisema) podem ter descompensação respiratória na vigência de um quadro gripal. Muitas pessoas se negam a tomar a vacina pois argumentam que sempre adoecem após a vacinação.
Na verdade, a vacina não causa doença, pois não é feita com vírus vivo. Nessa situação, o que a pessoa pode ter experimentado é algum efeito colateral, ou até mesmo uma infecção causada por outros vírus, que têm circulação aumentada na época da vacinação (outono e inverno).
Outra vacina que previne problemas respiratórios é a da COVID-19, e ao contrário do que dizem muitas fake-news, é extremamente segura.
Apesar da rapidez com que foram desenvolvidas (a gravidade da situação merecia o máximo de agilidade!), as vacinas passaram por pesquisas sérias e estão totalmente aprovadas para uso. Elas não aumentam o risco de infarto, trombose ou AVC como ouvimos falar com frequência.
A doença COVID-19 sim, aumenta de maneira significativa a ocorrência dessas complicações.
A vacinação contra coqueluche também está indicada para pessoas com problemas respiratórios.
Ultimamente vivenciamos um aumento do número de casos dessa doença que cursa com tosse prolongada e pode ter manifestações mais graves em indivíduos previamente doentes.
Vacinas contra Pneumonia
Existem também vacinas contra o pneumococo, que é a bactéria responsável pela maioria dos casos de pneumonia. Tomando essa vacina, não quer dizer que você não irá adquirir pneumonia nunca mais, porém a chance diminui bastante e a gravidade da doença caso ela aconteça, também.
Aliás, essa é uma regra que vale para todas as vacinas. Existem vários tipos de vacinas para prevenção de pneumonia. São elas:
- Pneumo 10
- Pneumo 13
- Pneumo 15
- Pneumo 23
Essas vacinas diferem quanto ao número de sorotipos do pneumococo e também quanto à duração da imunidade conferida pela vacina.
As vacinas Pneumo 13 e 15 apesar de protegerem contra menos sorotipos possuem uma imunidade mais duradoura e por isso essas vacinas são aplicadas em dose única. Já a Pneumo 23, exige reforço após 5 anos, pois os títulos de anticorpos no sangue caem mais rapidamente.
Para idosos acima de 60 anos e pacientes imunodeprimidos, recomenda-se a complementação da vacinação com a aplicação da vacina Pneumo 23 após a vacina Pneumo 13.
Quem já tomou a Pneumo 23, pode realizar a Pneumo 13 ou a Pneumo 15 após 1 ano. Quem tomou a Pneumo 13 ou a Pneumo 15, pode tomar a Pneumo 23 após 2 meses.
Como são muitos tipos de vacinas, cada uma com indicação específica a depender da faixa etária e comorbidades, é normal o surgimento de dúvidas, e seu médico pode te ajudar a saná-las.
Além disso é importante lembrar que essas vacinas protegem também contra Meningite, Sinusite e Otite, doenças também causadas pelo pneumococo.
E por último vamos falar sobre a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável pela ocorrência de bronquiolite em bebês e Pneumonia em idosos.
Ela é indicada para idosos acima de 60 anos (principalmente portadores de doenças respiratórias crônicas) e gestantes no segundo ou terceiro mês de gestação para prevenção de bronquiolite no bebê.
Quais são os cuidados que devemos tomar antes e após a aplicação das vacinas?
- Em caso de febre, devemos adiar a vacinação até resolução.
- Se houver dor ou inchaço no local da aplicação, recomenda-se o uso de compressas frias.
- Não devemos utilizar antitérmicos e anti-inflamatórios de maneira preventiva (ou seja, sem estar com febre) antes e nas 24 horas após a vacinação.
Se houver qualquer sintoma grave após a aplicação, é necessário avisar o serviço onde a vacina foi realizada. Em caso de sintomas persistentes, deve-se procurar atendimento médico.
Como você pode perceber, existem diversas vacinas que podem prevenir infecções respiratórias graves, melhorando a saúde pulmonar. Procure um pneumologista, tire suas dúvidas e se vacine, assim você contribui para melhora da sua saúde e daqueles que estão ao seu redor!