Quais vacinas devo tomar para evitar problemas respiratórios?

Cecilia Maiorano • 13 de setembro de 2024

O papel crucial da vacinação na promoção da saúde

A vacinação mudou a condição de saúde da população mundial, levando à redução da mortalidade por diversas doenças. Houve redução do número de doenças graves como tétano e sarampo e até mesmo erradicação de doenças como a varíola e a poliomielite.


Vivenciamos durante a pandemia da COVID-19 uma mudança significativa da gravidade da doença, antes e após o surgimento das vacinas. Após a vacinação houve redução do número de internações e mortes.


O Brasil sempre teve uma cultura de vacinação, desde o nascimento, até a idade adulta, contando com um programa nacional de imunização muito bem estruturado. Mas, infelizmente, com auxílio das fake-news, movimentos anti-vacina têm crescido no nosso país, levando a baixas taxas de cobertura vacinal.


Notícias falsas sobre diversas vacinas têm surgindo, principalmente em relação à vacina contra COVID-19, espalhando o medo e a insegurança na população. Diagnósticos mais frequentes de doenças como sarampo e coqueluche têm sido feitos, consequência da má aderência à vacinação.


Quem pode se beneficiar com as vacinas?

Devemos lembrar que todos se beneficiam tomando vacinas, mas pessoas vulneráveis são o grupo prioritário para manter a vacinação em dia.


Imunocomprometidos, tanto por doenças como Câncer e pessoas convivendo com o HIV, quanto usuários de medicamentos que levem à redução da imunidade, estão sob risco de adquirir formas graves de diversas doenças se não vacinados. Fazem parte desse grupo também pessoas com doenças crônicas como diabetes, doenças cardíacas, renais e pulmonares, gestantes, idosos e crianças pequenas.


A vacinação além de ser uma medida de promoção de saúde individual é acima de tudo uma medida de saúde coletiva. Quando não nos vacinamos, prejudicamos a nós mesmos e também pessoas vulneráveis ao nosso redor.


As vacinas são seguras?

Todas as vacinas passam por estudos rigorosos e pelo crivo de agências regulatórias antes de estarem disponíveis para a população. Portanto, vacinas são seguras, sendo os efeitos colaterais no geral leves e transitórios. Efeitos colaterais graves são muito raros.


Pesando risco e benefício não há dúvida que a melhor escolha é a vacinação.


Cada indivíduo, a depender do seu histórico de saúde e de sua faixa etária pode se beneficiar de diferentes vacinas, por isso é fundamental consultar um profissional qualificado para obter orientações e saber quais vacinas estão indicadas e até mesmo contraindicadas em cada caso.


Vacinação para a prevenção de Doenças Respiratórias

Em relação à prevenção de doenças respiratórias, orientamos vacinação contra influenza anualmente, já que o vírus sofre mutações e as vacinas devem ser atualizadas com frequência. Todos, exceto se contraindicado, podem e devem se vacinar, principalmente os mais vulneráveis.


Portadores de doenças respiratórias crônicas como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (bronquite crônica / enfisema) podem ter descompensação respiratória na vigência de um quadro gripal. Muitas pessoas se negam a tomar a vacina pois argumentam que sempre adoecem após a vacinação.


Na verdade, a vacina não causa doença, pois não é feita com vírus vivo. Nessa situação, o que a pessoa pode ter experimentado é algum efeito colateral, ou até mesmo uma infecção causada por outros vírus, que têm circulação aumentada na época da vacinação (outono e inverno).


Outra vacina que previne problemas respiratórios é a da COVID-19, e ao contrário do que dizem muitas fake-news, é extremamente segura.


Apesar da rapidez com que foram desenvolvidas (a gravidade da situação merecia o máximo de agilidade!), as vacinas passaram por pesquisas sérias e estão totalmente aprovadas para uso. Elas não aumentam o risco de infarto, trombose ou AVC como ouvimos falar com frequência.


A doença COVID-19 sim, aumenta de maneira significativa a ocorrência dessas complicações.



A vacinação contra coqueluche também está indicada para pessoas com problemas respiratórios.


Ultimamente vivenciamos um aumento do número de casos dessa doença que cursa com tosse prolongada e pode ter manifestações mais graves em indivíduos previamente doentes.


Vacinas contra Pneumonia

Existem também vacinas contra o pneumococo, que é a bactéria responsável pela maioria dos casos de pneumonia. Tomando essa vacina, não quer dizer que você não irá adquirir pneumonia nunca mais, porém a chance diminui bastante e a gravidade da doença caso ela aconteça, também.


Aliás, essa é uma regra que vale para todas as vacinas. Existem vários tipos de vacinas para prevenção de pneumonia.  São elas:


  • Pneumo 10
  • Pneumo 13
  • Pneumo 15
  • Pneumo 23


Essas vacinas diferem quanto ao número de sorotipos do pneumococo e também quanto à duração da imunidade conferida pela vacina.


As vacinas Pneumo 13 e 15 apesar de protegerem contra menos sorotipos possuem uma imunidade mais duradoura e por isso essas vacinas são aplicadas em dose única. Já a Pneumo 23, exige reforço após 5 anos, pois os títulos de anticorpos no sangue caem mais rapidamente.


Para idosos acima de 60 anos e pacientes imunodeprimidos, recomenda-se a complementação da vacinação com a aplicação da vacina Pneumo 23 após a vacina Pneumo 13.


Quem já tomou a Pneumo 23, pode realizar a Pneumo 13 ou a Pneumo 15 após 1 ano. Quem tomou a Pneumo 13 ou a Pneumo 15, pode tomar a Pneumo 23 após 2 meses.


Como são muitos tipos de vacinas, cada uma com indicação específica a depender da faixa etária e comorbidades, é normal o surgimento de dúvidas, e seu médico pode te ajudar a saná-las.


Além disso é importante lembrar que essas vacinas protegem também contra Meningite, Sinusite e Otite, doenças também causadas pelo pneumococo.


E por último vamos falar sobre a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável pela ocorrência de bronquiolite em bebês e Pneumonia em idosos.


Ela é indicada para idosos acima de 60 anos (principalmente portadores de doenças respiratórias crônicas) e gestantes no segundo ou terceiro mês de gestação para prevenção de bronquiolite no bebê.



Quais são os cuidados que devemos tomar antes e após a aplicação das vacinas?

  • Em caso de febre, devemos adiar a vacinação até resolução.
  • Se houver dor ou inchaço no local da aplicação, recomenda-se o uso de compressas frias.
  • Não devemos utilizar antitérmicos e anti-inflamatórios de maneira preventiva (ou seja, sem estar com febre) antes e nas 24 horas após a vacinação.


Se houver qualquer sintoma grave após a aplicação, é necessário avisar o serviço onde a vacina foi realizada. Em caso de sintomas persistentes, deve-se procurar atendimento médico.


Como você pode perceber, existem diversas vacinas que podem prevenir infecções respiratórias graves, melhorando a saúde pulmonar. Procure um pneumologista, tire suas dúvidas e se vacine, assim você contribui para melhora da sua saúde e daqueles que estão ao seu redor!

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